24.4.11

ensaio de páscoa

Hoje começamos o ensaio buscando regular a respiração. Insisti no exercício de esvaziar os pulmões e sentir o ar entrando sozinho, sem esforço. Enquanto eles faziam este exercício, fui lembrando verbalmente que eles deviam relaxar ombro e pescoço (laringe) e imaginar o diafragma apoiando a coluna de ar como se fosse uma rede ou cama elástica. São muitos conceitos a serem passados de uma vez! Preciso passá-los, para que os coralistas consigam internalizá-los aos poucos. Depois, introduzi novamente o momento de “organizar” a respiração; pedi para eles soltarem o ar em 4 e depois em 8 tempos. Percebo neste começo que há um trabalho de regência também nesse momento de aquecer o coro; tudo precisa de regência!

No exercício de ressonância, continuei tentando fazer com que eles conheçam o potencial do próprio corpo e consigam explorar as cavidades para, neste primeiro momento, “fazerem o som crescer”. Hoje pedi para eles “limparem o interior da boca com a língua” enquanto faziam o exercício.

Logo depois do aquecimento, consegui ensinar a melodia do Alleluia. A ideia era ensinar apenas a melodia em uníssono, mas já deu para tentarmos o cânone. Depois disso, trabalhamos a peça Señores cantores e, para todos os efeitos, poderíamos dizer que temos já duas músicas “apresentáveis”, esta e o Shalom, com a qual encerramos o ensaio de Páscoa.

De modo geral, sinto que os naipes estão equilibrados. Me preocupa um pouco o naipe de sopranos, já que o Lucas ainda é uma criança. Acho que ainda falta um equilíbrio do timbre neste naipe.

17.4.11

conquistando ritmo de ensaio

O ensaio de hoje foi bem parecido com o da semana anterior. Na verdade, hoje tentei explicar menos durante um exercício e outro (semana passada, como tudo era novo, acabei criando muito intervalo para explicações).

Achei bom propor um exercício de nota parada no trecho do aquecimento, para que os coralistas pudessem explorar, cantando, a percepção de ressonância que foi trabalhada no exercício de boca chiusa.

Eu tinha pensado em introduzir, logo após o aquecimento, a canção Allelluia (Mozart), que pode ser feita em cânone. Mas acabamos continuando o trabalho com os Señores cantores. Mesmo sem o domínio da leitura musical, a partitura acaba servindo como suporte para o trabalho neste momento. O ritmo ainda está um pouco desencontrado na execução a duas vozes e tivemos que corrigir uma das células rítmicas da segunda voz que passei para eles invertida na primeira leitura.

Encerramos o ensaio cantando o Shalom e acho que, aos poucos, estou conseguindo melhorar a regência desse cânone. A sonoridade do coro também está melhorando e, com o domínio desta peça pelos coralistas, conseguimos imprimir um andamento menos lento.

10.4.11

ensaio completo

Hoje tivemos o primeiro ensaio completo (com aquecimento e repertório, ainda na fase de “leitura”).

No aquecimento, introduzi algumas noções de respiração do canto, falando sobre a importância da percepção do próprio corpo, da constância da coluna de ar como correspondente à constância do som produzido, do necessário controle da tensão do diafragma (precisa haver apoio, mas a força não pode ser tanta que impeça a respiração). Após as explicações, fiz com que eles sentissem o esvaziamento e a entrada do ar. Depois, propus muito rapidamente que o ar fosse liberado de maneira organizada pelo conjunto, em 5 tempos.

Nos exercícios de boca chiusa, propus como experiência que cada um experimentasse jogar o som em várias partes da cabeça. Tive que “encurtar” a duração do exercício diante da capacidade de respiração dos coralistas. Nos vocalizes, priorizei o trabalho com notas ligadas e considerei o “priu” staccato por enquanto mais por ter percebido que ele teve um “efeito lúdico” do que por considerá-lo “útil” no momento.

Começamos a ler, então, a peça Señores cantores. Foi o primeiro contato do coro com o elemento “partitura”. Conseguimos trabalhar mesmo sem um conhecimento integral de leitura por parte dos membros do coro. Ainda preciso pensar em como vou trabalhar essa habilidade da leitura com eles. Me parece que as questões vão surgir conforme lemos as peças ao longo do tempo, mas talvez seja o caso de criar um momento para esse estudo fora do ensaio, se houver interesse.

Encerramos o ensaio cantando o Shalom e notei uma melhora da sonoridade em relação à semana anterior! Preciso melhorar o corte da minha regência na passagem do cânone. Estava preocupada em fazer com que eles assimilassem a melodia e conseguissem concatenar as vozes e não me dei conta de que preciso também regê-los!

7.4.11

classificação, aquecimento e repertório

O foco desta reunião de orientação foi confirmar a classificação das vozes a partir do que eu havia observado e coletado no domingo. O coro ficou assim:

sopranos: Viviane, Camila e Lucas
contraltos: Kátia e Nara
tenores: Yutaka e Kiyoto
baixos: Gil e Olavo

Feito isso, também conseguimos definir uma sequência inicial para o aquecimento vocal do coro:

1)    respiração;
2)    ressonância - boca chiusa;
3)    vogais alternadas - intervalo curto, de terça;
4)    ampliar intervalo - ressonância mais alta;
5)    articulado - trabalhar diafragma e ponta de língua.

O professor Marco Antonio sugeriu uma primeira música para o repertório (depois do Shalom), uma peça ainda a duas vozes chamada Cantem señores cantores. Xeroquei este material para o domingo.

3.4.11

classificação vocal


Hoje foi o dia dos testes de classificação vocal. Os coralistas foram ouvidos um a um. Fiz anotações e gravações para poder conversar com o professor Marco Antonio durante a semana para classificar as vozes antes do ensaio seguinte, embora já estivesse segura em alguns casos. De modo geral, todos conseguiram cantar o que foi solicitado. Alguns estavam tímidos, mas eu prometi que seria a única vez em que teriam que cantar sozinhos!

Depois dessa etapa de testes, restou um tempinho e consegui propor uma canção judaica muito breve, possível de ser cantada em cânone. O resultado deste primeiro dia foi muito bom! Ao contrário do que eu havia previsto, foi possível já introduzir o cânone com eles! A música foi ensinada sem partitura nem texto escrito.

SHALOM

Shalom chaverim, shalom chaverim
shalom, shalom,
l’hit-rah-oat, l’hit-rah-oat,
shalom, shalom

(“Shalom, meus amigos, até o próximo encontro”)